O desafio de estabelecer relações de amor entre as pessoas

O desafio de estabelecer relações de amor entre as pessoas

POSTADO EM 18 de AGOSTO de 2022


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O desafio de estabelecer relações de amor entre as pessoas


Edith Stein nasceu na Baixa Silésia, Polônia, em 1891. A sua conversão aconteceu em 1921 quando ela leu a autobiografia de Santa Teresa de Ávila. Recebeu o Batismo e a Crisma em 1922, contra a vontade dos pais, mas nunca negou suas raízes judaicas. Tornou-se professora e Irmã carmelita, em 1934, com o nome de Teresa Benedita da Cruz. A perseguição aos judeus alemães intensificou-se, ela e a sua irmã Rosa foram transferidas para o Carmelo de Echt na Holanda. Os bispos dos Países Baixos fizeram um comunicado contra as deportações dos judeus. Hitler em represália mandou invadir o convento na Holanda e prender Edith e sua irmã. Ela, a sua irmã e mais 244 judeus católicos foram levados para o Campo de Concentração em Auschwitz. Lá ela cuidou das crianças e ensinou o Evangelho. Em Agosto de 1942 ela e a irmã foram mortas na câmara de gás e incineradas. Em 1998, São João Paulo II a canonizou.

            O martírio de uma santa dos nossos tempos modernos ensina-nos muito sobre a humanidade que vive “às sombras de um mundo fechado” ao invés da luz. Edith Stein viveu em um período de tempos sombrios, onde o ser humano foi capaz de aniquilar o seu semelhante sem ser capaz de enxergar nele um irmão, e mais, a própria imagem de Deus, e por isso, ela com sua empatia feita de uma verdadeira escuta atenta ao sofrimento do próximo, ensina-nos, a compreender que cada pessoa não é um indivíduo isolado, mas é comunidade, ou seja,  um para    o outro. Ao sermos solidários uns com os outros estamos realizando o sentido de ser da humanidade.

            O maior desafio dos nossos tempos é estabelecer relações de amor entre as pessoas. É preciso considerar a empatia enquanto forma de conhecimento, percepção do outro e, , a solidariedade, pois só podemos agir solidariamente depois que damos conta das vivências alheias. Um ato solidário ajuda no desenvolvimento da pessoa enquanto ela vive no mundo a partir da convivência comunitária.  A empatia e a solidariedade ocorrem quando abrimos o nosso coração para amar e ser amado; quando antes de tomarmos uma decisão, refletimos as implicações que se darão na vida do outro. A busca por uma convivência harmoniosa entre as pessoas é fundamental para atravessar essa crise civilizatória que estamos vivenciando. 

Entretanto, este esforço encontra seu sentido mais radical na experiência do Cristo crucificado-ressuscitado, isto é, através do nosso espírito, o intelecto, mas não só, também o coração busca ocupar-se continuamente com Deus, está com ele familiarizado, conhece-O e ama-O semelhante o relacionamento de duas pessoas que convivem há longo tempo familiarizadas. Esse conhecimento e amor fazem parte do seu ser, e assim também é a convivência da alma com Deus, depois de longo exercício na vida espiritual.

Portanto, estejamos cada vez mais imersos no Senhor, pois Ele nos faz sair de nós mesmos para ir ao mundo levar a todas as pessoas este amor que é doação, pois Deus é Amor e Ele dá-se à criatura que Ele mesmo criou por amor.


Pe. José Antônio Boareto

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