Leiga Missionária fala da sua missão na diocese do Alto Solimões na Amazônia

Leiga Missionária fala da sua missão na diocese do Alto Solimões na Amazônia

POSTADO EM 18 de Maio de 2016

amazonia

A leiga Izalene Tiene (foto), enviada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) do Regional Sul 1, através do Projeto Missionário das Igrejas de São Paulo e Amazônia, em 2012, partilha conosco um pouco de sua experiência missionária no Alto Solimões, região amazônica de tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia. Ela voltou do Amazonas no final de janeiro deste ano e já está integrando outro trabalho missionário.

Quando em 1º. de fevereiro 2012, fui enviada em missão para a Diocese do Alto Solimões na Tríplice Fronteira do Brasil, Colômbia e Peru, manifestei meu desejo de viver no meio do povo amazonense buscando uma inculturação, um aprender na convivência e na inserção numa Igreja que considero profética. Quem envia também recebe, e quem recebe também deve dar, portanto, ao ser enviada, acredito ter fortalecido as Comunidades Eclesiais de Base; a Paróquia Divino Salvador e a Igreja de Campinas que me enviou em missão.

Depois de quatro anos, no final do mês de janeiro 2016, terminando o período da missão, embarquei no Recreio, deixando Tabatinga, passando por Benjamin Constant, olhando Islândia, no Peru e mirando  Atalaia do Norte, na Calha do Rio Javari, ficaram muitas lembranças! Retomando o Rio Solimões, passando pelas comunidades ribeirinhas, indígenas e dos povos tradicionais, onde convivemos, onde fui acolhida e fortalecida na fé. Este povo que acredita e vive em comunidades, que festeja seus padroeiros/as, que luta para viver com dignidade, me cativou!

Foram três dias e três noites descendo o rio, e despedindo-me com saudades do tempo de compartilha em Belém do Solimões, São Paulo de Olivença, Amatura, Sto. Antonio do Iça e Tonantins. Estas são as paróquias dos Municípios que fazem parte da Diocese por onde estive, convivi e muito aprendi. O barco continuou passando por outros lugares até chegar em Manaus e eu olhando, me distanciando, mas com muita vontade de ficar…

A experiência missionária no Alto Solimões,  tornou-me  mais humana e  mais digna. A dignidade exige que sejamos nós mesmos na relação com o outro/a. E o outro/a na relação conosco. E pensa que é fácil? Viver e conviver com pessoas e situações tão diferentes!? Mas se a dignidade é um olhar, é reconhecimento e respeito do que somos e do que o outro é; nas “pontes” que passei e ajudei a construir, encontrei muito respeito nas relações, nas diferentes realidades e múltiplas culturas.

“Você vai realizar na missão o Bem Viver”, falou a Ir. Genô, no meu envio. E hoje posso confirmar que participar e colaborar nas comunidades ribeirinhas, nos Kokamas (Comunidade Luis Ferreira), na equipe de Enfrentamento ao Trafico de Pessoas na Tríplice Fronteira, no Conselho Municipal da Criança/Adolescentes, Pastoral Carcerária, na Proteção Ambiental… foi ajudar a construir pontes para um mundo onde haja lugar para todos/as, que ao mesmo tempo que acontece,  ainda é um caminho a percorrer.

Agradeço a todas as pessoas do Projeto da CNBB Igrejas NORTE 1 e SUL 1 e a Igreja do Alto Solimões, pela acolhida e apoio. Minha gratidão aos que me acompanharam e ainda participam comigo nesta caminhada missionária. Continuarei em Missão na Igreja Amazônica, agora colaborando na Rede Eclesial Pan-Amazônica – REPAM – Comitê Nacional – Brasil.

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Tiene com criança de origem indígena


Categoria:Notícias

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