Homilia no encerramento do Retiro do Clero 2021

Homilia no encerramento do Retiro do Clero 2021

POSTADO EM 12 de AGOSTO de 2021

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Diocese de Bragança Paulista

Retiro dos Presbíteros

Itaici, de 09 a 12 de agosto de 2021

Orientador: Dom José Aparecido Gonçalves de Almeida

Homilia – síntese das reflexões



  1. Ao iniciar o retiro, fomos identificados como Família Sacerdotal, que se encontrou para estar com Deus, dar tempo a Ele, falar com Ele, ouvi-lo e a colocar nosso sacerdócio em suas mãos, sacerdócio que pertence a Ele, e Dele recebe abundantemente os bens que brotam do seu coração. Fomos chamados a fazê-lo de modo simples, descomplicado, agradável a Ele, retornando à alegria e ao caminho da perfeição. Momento de graça, liberdade interior e entrega, fomos motivados a fazer a experiência do que deve ser a normalidade de nosso ministério, indo à fonte de nossa santidade, com devoção e na oração, lembrados de que Cristo é o nosso Bom Pastor – Amado Pastor – Belo Pastor. Conformados – configurados a Ele, fomos ainda exortados a estar a sós com Ele e, Nele descansar.
  2. Enquanto presbíteros, fomos chamados a olhar nossa vida espiritual, que se concretiza no exercício do ministério: ensinando, santificando, orientando a caminhada de nosso povo. Como primeiros ouvintes da Palavra, nela encontramos nossa primeira tarefa: anunciá-la com nossa pregação, mas, sobretudo, através do testemunho, numa Igreja missionária – “Igreja em saída”.
  3. Percebemos a necessidade de retornar à fonte, a Sagrada Escritura, retomando tudo o que aprendemos, renovando nossa fidelidade, nos propondo a transmitir o que recebemos, apresentando-nos sempre como servos, cuidando para que em nós, em nossa vida e pregação, a Palavra não seja instrumentalizada – ideologizada, ela que jamais pode ficar à mercê de nossos desejos e caprichos.
  4. Lembrados de nossa pertença a Deus, fomos chamados a ser sempre mais o que somos: Sacerdote, Altar, Cordeiro, Hóstias vivas, dando-nos sem reserva, sem constrangimento, indo até ao martírio, se necessário. Existimos, enquanto sacerdotes, para doar nossas vidas, com alegria, autoestima, confiança, tudo em vista do Reino de Deus. Nesse sentido, nada seja um peso, mas entrega generosa. Nossa castidade – celibato, ancorados na Graça de Deus, nos permita servir sempre, e que a indiferença ou a soberba não tomem conta de nós. Em se tratando da entrega ao Senhor, nosso coração seja indiviso e, Nele, possa descansar.
  5. Falou alto em nossos corações a chamado do pregador à comunhão. Servidores do Corpo Místico/Sacramental/Eclesial, como decorrência de nosso múnus de governar, o que deve sobressair em nós é a diaconia – o serviço. Tudo deve passar antes pelo nosso coração, e chegar aos outros na forma do acolhimento e do reconhecimento da dignidade (do outro). Todos somos filhos de Deus. Aí, o sentido de nosso governar – nosso ofício de amor. E que isso comece em nosso presbitério: no ser fraterno, no respeito pelo irmão, na humildade e na caridade, na escuta da voz de Deus. Eis o caminho para a santidade presbiteral.
  6. Exortou-nos à caridade pastoral e, na caridade, governar para a edificação de todos (toda a comunidade). Sempre com diligência, com zelo, acolhendo e ouvindo. É o que o povo, nossos fiéis, esperam de nós. Se cuidamos bem de nós mesmos, saberemos cuidar dos demais. Se temos um projeto de vida alimentado pela Palavra, pela Eucaristia, oração, leitura espiritual, revisão de vida, fraternidade sacerdotal, comunhão na ação evangelizadora..., nosso governo será fecundo. Em tudo e para tudo, abramos espaço para Deus em nossa vida.
  7. Caminhar com Maria, buscando e nutrindo por ela e com ela, uma relação de proximidade – relação filial. Nossa afetuosa entrega a ela nos encorajará no ministério. Ela é indispensável. Nossa piedade/devoção não podem deixar de contemplá-la. Já presente em figura nas grandes mulheres do Primeiro Testamento, ela é a nova Eva – Mãe da Nova Criação. Mãe do novo e definitivo Reino, iniciado por seu Filho Jesus. Na sua maternidade bendita, a verdadeira mediação/corredenção. Mulher bem aventurada, toda santa, exemplar no cumprimento da vontade de Deus, mais do que dar um sim ao mensageiro de Deus, correspondeu ao seu chamado dizendo, Faça-se. Por isso é igualmente bendito o fruto do seu ventre, Jesus.


Com Maria, cada dia na Eucaristia.

Com Maria, cada dia ao pé da Cruz.

Com Maria, cada dia acolhendo o seu filho Jesus.

Com Ela e com o Filho, cada dia, amando e servindo.


                                                            


         

                                             + Sérgio

                                                  Bispo Diocesano

        




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