Orientações Pastorais para o Ciclo do Natal 2017

Orientações Pastorais para o Ciclo do Natal 2017

POSTADO EM 16 de Novembro de 2017

                                                                                 Circular 11/2017.

                         Assunto: Orientações Pastorais para o Ciclo do Natal.

                    Bragança Paulista, 16 de novembro de 2017

                    Memória litúrgica de Santa Margarida da Escócia e de Santa Gertrudes, Vg.

                                    

‘“... Advento” não significa “aguardar” como se poderia estar disposto a admitir, mas é a tradução do termo grego “parusia” que significa “presença” ou mais exatamente ainda “chegada”, isto é, presença iniciada. Na antiguidade, a palavra era o termo técnico para a presença de um rei ou monarca, ou também do deus do culto que concede aos seus o tempo da sua “parusia”. Portanto, Advento significa presença iniciada – a saber, de Deus mesmo. Por isso, o Advento nos lembra duas coisas: primeiro, que a presença de Deus no mundo já começou, e que ele já está presente de modo oculto; segundo, que a sua presença precisamente apenas começou, ainda não está consumada, mas ainda a crescer, a devir, a amadurecer. A sua presença já começou e somos nós os fiéis, aqueles pelos quais ele quer estar presente no mundo. Pela nossa fé, esperança e amor, ele quer fazer brilhar sempre a sua luz na noite do mundo...”’ (Bento XVI).

   

O espaço celebrativo deve ser sóbrio, discreto e revelador do Mistério. A cor litúrgica é a violácea, para distinguir do roxo penitencial da quaresma. No terceiro domingo – GAUDETE – domingo da alegria, pode ser usada a cor rósea.        

COROA DO ADVENTO, sem começo e sem fim simboliza a eternidade As velas que a compõem, podem fazer parte da procissão de entrada nas celebrações e ser acesas nos ritos iniciais com um refrão apropriado para cada domingo, ou pronunciando a seguinte oração: “Bendito sejas ó Senhor, nosso Deus, pela luz de nossa fé que nos acompanha na caminhada de nossa vida! Bendito sejas pela luz que acompanha toda a humanidade em sua caminhada rumo a ti, ó Eterno, que és sem começo e sem fim. Durante este tempo de Advento, aumente em nosso coração a tua claridade. Amém!”. No quarto domingo, a vela pode ser conduzida por uma mulher grávida e crianças. A coroa do advento nos lembra ainda a vigilância permanente e abertura ao Senhor que sempre vem. Ela marca o ritmo de espera deste tempo. “É preciso estar sempre acordados e com lâmpadas acesas”! A coroa do Advento não seja colocada sobre o altar, mas próxima à ele ou ao ambão.

O tempo do Advento deve propiciar à comunidade a certeza de um futuro melhor, mais humano, solidário e que começa hoje, quando somos capazes de estreitar laços de pertença, acolhida e amizade, que manifestam mais verdadeiramente a presença de Deus entre todos. A Eucaristia é o sinal privilegiado dessa presença e ao mesmo tempo da espera do Senhor: “Até que ele venha”.

Omite-se o Glória, reservado para a noite e o tempo do Natal.

Os CANTOS SEJAM DO ADVENTO, para expressar o Mistério de Cristo, próprio desse tempo. Consultar o Hinário Litúrgico, volume I da CNBB e o CD Liturgia IV Advento, da Paulus. “Na liturgia não vale qualquer canto” (Bento XVI).

Tempo de ACOLHER DE MODO NOVO a PALAVRA DE DEUS.

Renovamos o nosso apelo, que é de toda Igreja, para a preparação da liturgia da Palavra, mormente, a dos leitores. Não basta ler a Palavra, é preciso proclamá-la, em nome da Igreja, e com todo o significado que ela contêm. Especial atenção deve ser dada à homilia.

“...Na homilia não basta explicar os textos bíblicos; é preciso mostrar como estes têm a ver com a nossa realidade. Procuramos a palavra de Deus para nossa vida pessoal, comunitária e também social, porque o Reino de Deus se estende sobre toda a realidade, e não só sobre as assim chamadas ‘realidades espirituais’! Por isso, a homilia deverá expressar a atualização dos textos bíblicos proclamados, ligando com a recordação da vida feita no inicio da celebração.            A homilia não só mostra como Deus está presente e atuante em nossa vida, mas também como nos chama à conversão, a colaborar com ele na transformação de nossas vidas e de nossa sociedade. Algumas comunidades estão deixando esse apelo para o final da celebração, nos ritos finais, no momento as vezes chamado de ‘vivência’ ou ‘mensagem final’. É uma pena, porque assim desaparece a dinâmica da celebração da Aliança. Encontramos um bom exemplo dessa dinâmica nos capítulos 19 – 24 do livro do Êxodo. A celebração da Aliança se faz em três momentos: 1) Deus fala, propõe, faz um apelo; 2) o povo tem a oportunidade de aceitar ou recusar; expressa sua adesão, seu propósito; 3) o contrato verbal feito entre os dois parceiros da Aliança é, então, confirmado, selado, realizado, no rito da Aliança. Portanto, a sequência (teo - ) lógica é esta: o apelo e o propósito devem ser expressos na homilia, antes da liturgia eucarística! Na homilia, não basta, portanto, ligar leituras bíblicas e vida. É preciso liga-la também com toda a celebração e principalmente com a liturgia eucarística. A homilia é o momento ‘mistagógico’ por excelência, isto é, introduz-nos no mistério celebrado, prepara nosso coração para perceber, vivenciar, unir-nos ao Senhor presente e atuante no aqui e agora da celebração...” ( A MISSA: memória de Jesus no coração da vida, Ione Buyst). Não tem sentido, como tem acontecido em muitas celebrações eucarísticas, a chamada vivencia ou mensagem final.       

A profissão de fé é a resposta da comunidade reunida à Palavra proclamada. As preces devem contemplar as situações concretas da comunidade local. Podem ser cantadas. No tempo do Advento sugerimos as que seguem:  “Abre as portas, deixa entrar o Rei da glória. É o tempo ele vem orientar a nossa história”! “Vem, Senhor, Vem Senhor, Vem libertar o teu povo”! ou “Vem Senhor, vem nos salvar! Com teu povo vem caminhar”! Nos quatro domingos do Advento, as preces podem ser também cantadas na forma de Ladainha do Advento, como sugere o CD, “Luz do Universo”, do Mosteiro da Anunciação do Senhor, cidade de Goiás.

Utilizar a Benção final própria do Advento, Natal e Ano Novo.

            MONTAGEM DO PRESÉPIO.

Pode ser montado ao longo do Advento.  No primeiro domingo: terra, areia, pedras, troncos e galhos secos, juta, lona, papel pedra; no segundo domingo: serragem verde ou grama, plantas, água; no terceiro domingo: estátuas dos pastores, ovelhas, jumento e boi – as crianças podem levar estas peças, no final da missa, no local onde está sendo montado o presépio; no quarto domingo: as imagens de José e de Maria podem ser colocadas na gruta por uma família.       Na noite de Natal, a entronização da imagem do Menino Jesus pode ser durante o Canto do Glória ou após a homilia, antes do Credo ou mesmo ser levado solenemente na procissão de entrada. As estátuas dos magos devem ser colocadas na Epifania do Senhor.   

Este modo catequético de montar o presépio deve alegrar toda a comunidade, visualizando os sinais da aproximação da chegada do Senhor.           

      b)  Pode também ser montado para o quarto domingo, reservando  a  imagem do     

           Menino Jesus para a Noite de Natal.   


            NOTAS IMPORTANTES:

                   

01. Não descaracterizar o sentido do Advento, antecipando o Natal com árvore de natal, pisca piscas, festões, fitas, luzes e bolas coloridas, “próprias do Natal”. Vamos deixar o Advento ser Advento e o Natal ser Natal. Cuidado para não levar para a comunidade e para o Templo a superficialidade e a manipulação próprias da nossa sociedade consumista. O uso de flores deve ser moderado. Melhor que flores, um tronco ao lado da Mesa da Palavra, com um broto (de uma planta), recordam o profeta Isaias: “Do tronco de Jessé sairá um ramo, um broto nascerá de suas raízes”.

02. A Noite e todo o Tempo do Natal é que devem ter maior brilho. É “Deus Conosco”, o inacessível presente no humano. Entreguemo-nos com confiança a esse mistério. Não percamos o encanto dessa proximidade.  

03. Incentivar a Novena do Natal em Família, aproximar as crianças do presépio, são formas privilegiadas para a preparação da celebração do Natal. Isso também é Iniciação à Vida Cristã.

04. Oferecer ao povo horários especiais para o sacramento da reconciliação, que sempre reanima a coragem e reaviva o amor.  

05. Utilizar o material da Campanha Nacional para a Evangelização de 2017 com       o tema: “Cristãos leigos e leigas comprometidos com a evangelização”, e o lema “ Sal da terra e luz do mundo”. A Campanha tem início na Solenidade de Cristo Rei e se estende até o 3o. domingo do Advento. 

       Conscientizar a comunidade sobre a importância da COLETA nos dias 16 e 17 de

  dezembro de 2017, sábado e domingo, nas missas de preceito, lembrando a sua finalidade, que é sustentar  a obra evangelizadora  da  Igreja no Brasil. No domingo anterior os fiéis  devem ser lembrados deste compromisso.

         

ATENÇÃO:

Dia 24 de dezembro é domingo – quarto do advento. A missa da tarde (a partir das 18 horas) conforme Missal Romano – missa da vigília, já pode ser celebrada. A segunda missa – missa da Noite do Natal, também conforme Missal Romano pode ser celebrada um pouco mais tarde, uma vez que muitas Paróquias não celebram mais à meia noite, a tradicional missa do galo.

 As propostas acima são orientações da Igreja e do Bispo Diocesano para o Ciclo do Natal. Devem, portanto, ser acatadas

Cada Paróquia com suas Comunidades, possibilidades reais e criatividade, devem executá-las.

Combinado!

                                                         

Com minha benção,

Servo em Cristo

 

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Dom Sérgio Aparecido Colombo

Bispo Diocesano

“Como aquele que serve”

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