PARA NÃO CAIR NA DESESPERANÇA!

PARA NÃO CAIR NA DESESPERANÇA!

POSTADO EM 25 de Novembro de 2016

Por: Giovanni Barrese
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No 33º domingo do tempo comum, na liturgia da Igreja, a Palavra de Deus chama a atenção para duas atitudes importantes no desenrolar de nossas ações: paciência e esperança. Um texto do profeta Malaquias (3,19-20) nos envolve na esperança.

Por volta do inicio do século VI antes de Cristo, o reino de Israel é invadido pelos babilônios. A terra é devastada. O rei Joaquim feito prisioneiro. Houve saque. E um grande número de pessoas foi levado para o cativeiro. O trecho bíblico quer fortalecer a certeza de que Deus não volta atrás e nunca abandona. A situação histórica é a volta de grupos judeus que estavam no exílio. Ciro, rei da então Pérsia (hoje Irã), de forma muito inteligente, permite que voltem à sua terra. Estes, animados pelas profecias, pensam que, ao chegar, serão recebidos com festas e que a reconstrução de suas vidas será rápida e completa. Nada disso acontece: nem são bem recebidos nem as coisas acontecem rapidamente. Daí começam a se queixar: os profetas fizeram promessas vazias.

Deus se esqueceu de seu povo. O que aconteceu na história de um povo acontece conosco. Quando o sofrimento, a morte, as doenças, as dificuldades chegam – muitas vezes – duvidamos do amor de Deus. O que nos sustenta é crer na fidelidade de Deus e o saber esperar ativo. A isso chamamos paciência.

Esta paciência encontra bela reflexão em duas parábolas do Evangelho de Marcos (4,26-34). Na primeira, Jesus salienta que a força germinativa da semente não depende do semeador. Ela tem uma força interna. Ao semeador cabe semear. Na segunda, mostra que, por pequena que seja a semente, sendo semeada pode dar um resultado que à primeira vista seria impossível.

As duas parábolas estão relacionadas ao reino de Deus. A implantação do reino depende da ação das pessoas. O seu desenvolvimento tem a força divina. Não é obra humana. As propostas do Reino podem parecer frágeis diante dos desafios da realidade. Não importa. O que é preciso é que a semente seja plantada.

A fragilidade que damos à semente será desmentida pelo vigor da planta que crescerá. Estas duas comparações, usadas por Jesus, querem nos levar a assumir atitude de fazer o que devemos fazer e confiar que Deus fará o resto. Não porque interferirá milagrosamente. Sua ação se verá como consequência daquilo que nós lhe permitirmos fazer.

É sempre oportuno recordar que o modo usual de Deus agir é através de nós. Foi assim que Ele decidiu. Do pouco que possamos oferecer Ele é capaz de tirar a totalidade. Mas a ação divina quis e quer depender da ação humana. Uma ação extraordinária é decisão divina. Para que nossa ação possibilite a ação divina é necessário que saibamos esperar os tempos oportunos. Não há semente que jogada na terra á noite, brote pela manhã. Há um tempo de maturação até o desabrochar. Temos que aprender a jogar a semente e saber esperar. Isso implica confiar que a semente é boa, agir da melhor forma na semeadura, e saber que Aquele que nos mandou jogar a semente nos deu do melhor!

Esperança e paciência devem nortear nossas ações em todos os setores. Especialmente em nossas comunidades de fé. Quantas vezes somos imediatistas. Quantas vezes passamos pelo risco da imposição do nosso ritmo. Não sabemos compreender que há tempos diferentes. Parece que a força está mais na semeadura que na semente.  Na plantação de Deus as coisas só acontecerão se acreditarmos na missão de semear e se dermos tempo para que a semente – que é Dele – possa germinar. Caso contrário ou não semearemos porque a colheita demora ou queremos forçar a semente a pular etapas no seu desenvolvimento. Se fizermos isso perderemos a semente, a colheita e teremos trabalhado em vão!

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