COMO ENTORTAR A VERDADE DOS FATOS.

COMO ENTORTAR A VERDADE DOS FATOS.

POSTADO EM 08 de Março de 2016


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Já faz algum tempo que os noticiários nacionais nos colocam boquiabertos diante de desmandos relacionados ao dinheiro público ou de dinheiro repassado para facilitar caminhos na obtenção de benesses e facilidades em relação às obras públicas e outras sendas de influência e proveito. Servindo, também, para financiamentos de campanhas eleitorais. E pagando marqueteiros para que “vendam” candidatos.   Estamos chegando ao limite do absurdo: a afirmação é a de que dinheiro não contabilizado e não declarado conforme a Lei é um crime menor. Trata-se de um simples crime fiscal. Punido com multas. É um mero “caixa dois”! Isso, subliminarmente, não compromete a honorabilidade de quem pagou e de quem recebeu! Não quero cansar quem me lê, mas faço um apontamento de algumas afirmações trazidas nos jornais. Vamos a elas: - “Com faturamento de pelo menos R$ 340 milhões entre 2010 e 2014... o marqueteiro e sua mulher tinham uma contabilidade ‘simples e rudimentar’’... Eles não são corruptores, corruptos, intermediadores de dinheiro... Estamos diante de um ‘simples caso’ de sonegação fiscal... A origem de todo o patrimônio do marqueteiro é lícita... com exceção da offshore Shellbill (esta não era conhecida nem mesmo pelo escritório de contabilidade)... eles ‘conscientemente’ sonegaram uma informação nossa (do escritório de contabilidade) e do fisco”. Outro fato é a da informação de que uma contabilidade paralela de uma empresa, também envolvida na Operação Lava Jato, denominou de ‘acarajé’ a quantia que era repassada de forma não correta. O dinheiro sempre foi e sempre será um deus sedutor. Ele está ligado ao deus poder. O acúmulo perseguido está sempre na direção de aumentar o leque do domínio sobre as pessoas. A tentação de fundo não é dinheiro pelo dinheiro. Porque não dá para comer mais do que se aguenta, nem para vestir várias roupas ao mesmo tempo, nem para dirigir muitos carros ao mesmo tempo, etc. É aquilo que o dinheiro proporciona. Tal como o estabelecer dependência de pessoas. O que impressiona é o contorcionismo para explicar as situações. Isso é para mim comprovação de que existe algo de errado. Quando a resposta é simples e direta ela tem o caráter da veracidade. Aquilo que Jesus disse no Evangelho: “Seja o vosso ‘sim’ sim e o vosso ‘não’ não” (Mateus 5,37). É certo que a Lei prevê que o indiciado não é obrigado a oferecer provas que o incriminem. Mesmo porque ninguém pode ser considerado culpado enquanto não for julgado e condenado como tal. Chama a atenção, porém, a desfaçatez como se tenta ludibriar as pessoas. Tal como a afirmação de desconhecer quem depositou vultosa quantia em conta pessoal. Este “imbróglio” todo vai manchando o quadro de valores de nossa convivência. O velho ditado que “mentira tem perna curta” está com os dias contados. E faz lembrar aquilo que Voltaire, pensador francês, afirmava de forma pessimista (realista?): “A mentira repetida mil vezes torna-se verdade”! E mais: “Encontra-se oportunidade para fazer o mal cem vezes por dia e para fazer o bem uma vez por ano”! A indignação diante de atitudes que solapam a credibilidade nos deve ajudar a atitudes que retirem a possibilidade dos achacadores, dos mentirosos e dos corruptos e dos corrompidos de todos os naipes a serem excluídos dos serviços de representação pública. Não pode haver lugar para essas pessoas nos encargos dos poderes Legislativo,  Judiciário e Executivo. Cabe sempre fazer o longo caminho da Educação, da formação da Consciência. Como um grande plantio a ser cuidado. Retirando as ervas daninhas, adubando, afofando a terra, providenciando a água.  Até chegar o dia da colheita! E ele chegará!

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