O SENTIDO DA DEVOÇÃO A MARIA, AOS SANTOS E O CULTO DAS IMAGENS – II (continuação)

O SENTIDO DA DEVOÇÃO A MARIA, AOS SANTOS E O CULTO DAS IMAGENS – II (continuação)

POSTADO EM 23 de Outubro de 2015

 

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Um santo só opera em nome de Jesus porque só em Jesus está a fonte da graça e a força de Deus. Os santos não estão em oposição ao Senhor, ao contrário, colocam em evidência a glória e santidade do Jesus Cristo, cabeça da Igreja e nosso único salvador. Pois foi Jesus mesmo quem afirmou: ''Eu garanto a vocês: quem crer em mim fará as obras que eu faço, e fará maiores do que estas, porque eu vou para o Pai'' (João 14,12). Ninguém pode ser santificado sem entregar sua vida por Jesus e pelos irmãos. Honrar um santo significa reconhecer a força transformadora da Palavra de Deus, que santifica quem a aceita e a coloca em prática. O santo é para os cristãos um exemplo de quem testemunhou sua fé no seguimento de Jesus. Nós católicos temos a alegria de abrir nosso álbum de família - a nossa família na fé - e contemplarmos uma fileira de heróis na fé, os santos, nossos irmãos e amigos que conseguiram servir a Deus com fidelidade, e junto de Deus pedem por nós.

2. Devoção a Maria, a Mãe de Deus  

Entre os santos de Deus está, em primeiro lugar, Maria, a mãe de Jesus (Mateus 2,1; Marcos 3,32; Lucas 2,48; João 19,25). É, portanto, com a Bíblia na mão que louvamos Maria, chamando-a de bem-aventurada. Nós, cristãos católicos, veneramos Maria porque Deus a escolheu para ser a mãe de seu filho Jesus, nosso único redentor e salvador. O culto a Maria está fundado na Palavra de Deus, que afirma: ''Isabel cheia do Espírito Santo exclamou: bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre... Bem-aventurada aquela que acreditou porque vai acontecer o que o Senhor lhe prometeu'' (Lucas 1,41-42; 45). Se o Espírito Santo inspira Isabel para reconhecer Maria como Bem-aventurada, recusar fazê-lo não seria contradizer a inspiração do Espírito de Deus? Maria recebeu de Deus a plenitude da graça e, por esta razão, é saudada pelo Anjo como ''cheia de graça'' (Lucas 1,28). A mesma Maria, reconhecendo sua pequenez de serva agraciada por Deus, reconhece: ''Todas as gerações me chamarão de bem-aventurada'' (Lucas 1,48). Durante toda sua vida, até a última provação, quando Jesus seu filho morre na cruz diante dela, sua fé não vacilou, Maria não cessou de crer no cumprimento da Palavra, das promessas de Deus. Por isso a Igreja venera em Maria a realização mais pura da fé (CIC 149). Nós amamos o Filho de Maria, Jesus Cristo, ''autor e consumador da fé'' (Hebreus 12,2). Devemos, portanto, amar sua mãe, sua fiel discípula, a primeira que nele acreditou, dando sua adesão ao plano de Deus, quando o Anjo lhe anunciou que seria mãe do Salvador. A devoção à Virgem Maria é ''intrínseca ao culto cristão'' (Vaticano II - LG 62). Porém, o culto à Maria, mesmo sendo inteiramente singular, difere essencialmente do culto que se presta à Santíssima Trindade. Ao Deus uno e Trino Pai, Filho e Espírito Santo, nós adoramos. Enquanto Maria nós veneramos. Este culto de veneração toda especial à Maria se justifica porque ela é reconhecida como Mãe de Jesus, o Filho de Deus e, antes do seu nascimento, Maria é saudada como ''a Mãe do meu Senhor'' (Lucas 1,43). O Concílio de Éfeso, no ano de 431, reconheceu Maria como Mãe de Deus: Mãe de Jesus, Deus encarnado. Por isso, a Igreja assim a venera com especial devoção. Para Maria damos inúmeros títulos: Nossa Senhora das Graças, de Lourdes, Aparecida, Fátima, do Carmo, da Penha... Mas é sempre a mesma Maria de Nazaré, a Mãe de Jesus que a Bíblia nos apresenta toda de Deus (Lucas 1,38), toda do povo (Lucas 1, 39.52-53.56), orando com a Igreja (Atos 1,14). Foi Jesus que, morrendo na cruz, entregou sua mãe à Igreja na pessoa do discípulo João que, junto com Maria, estava aos pés da cruz: ''Eis aí tua mãe'' (João 19,27). E o discípulo a levou para sua casa. A casa do discípulo, nós sabemos, é a comunidade, a Igreja. Maria é, portanto, presença materna na comunidade dos que acreditam em Jesus. (continua)

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