O SENTIDO DA DEVOÇÃO A MARIA, AOS SANTOS E O CULTO DAS IMAGENS - I.

O SENTIDO DA DEVOÇÃO A MARIA, AOS SANTOS E O CULTO DAS IMAGENS - I.

POSTADO EM 16 de Outubro de 2015


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Penso que um dos obstáculos que impedem o entendimento entre as pessoas é o desconhecimento das convicções que cada um tem e a sua fundamentação. Não é estranho o ditado: “Não se discute sobre política e religião”.  Concordo que nenhum assunto é para ser discutido. A discussão supõe que uma parte julga estar certa. E sua intenção é afirmar sua certeza. Não é ouvir um posicionamento diverso ou contrário e ver se existem pontos comuns. Naquilo que se refere ao agir religioso é preciso buscar as razões que levam às pessoas a viver determinadas expressões de sua fé. Sendo verdade que todos buscam a Deus, para que Ele seja o seu Amor maior, há que se procurar entender a multiforme face de viver isso. À luz das comemorações de Nossa Senhora Aparecida, valho-me de um texto do atual bispo de Santo André Dom Pedro Carlos Cipolini, para recordar as bases da devoção que os cristãos católicos e ortodoxos têm para com a Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa, o sentido da devoção aos santos e o culto das imagens. O papel de Nossa Senhora, a devoção aos santos e a utilização das imagens ainda é um argumento muito usado por várias denominações para reforçar o muro que divide a vida cristã de católicos e protestantes. Com toda certeza essa divisão tem suas origens em abusos e más compreensões do passado. Mas creio que já se avançou o suficiente para superá-las. Além do mais parece que se esquece qual a característica maior que deve selar os que dizem crer e viver segundo o que Jesus Cristo ensinou. Quando perguntado sobre qual era o maior mandamento o Senhor respondeu que era amar a Deus sobre todas as coisas e emendou que era necessário amar o próximo como a si mesmo (Mateus 22,37ss.). Se nós cristãos nos preocupássemos em viver isso as diferenças seriam campos nos quais trabalharíamos com caridade e paciência

1. Devoção aos Santos

   A Bíblia nos ensina que Deus é três vezes santo, só Ele é santo, Deus comunica a santidade, é um Deus santificador e deseja um povo santo: ''Sede santos, porque eu, Javé, sou santo'' (Levítico 19,2;20,26).  A santidade de Jesus é idêntica à santidade de seu Pai (João 17,11). Jesus santifica os cristãos; o Espírito Santo é o agente santificador dos cristãos. Jesus vai recomendar: ''Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito'' (Mateus 5,48). Portanto, a santidade é vocação de todo cristão: ''A vontade de Deus é esta: a vossa santificação'' (1 Tessalonicences 4,3). Ser santo é cumprir a vontade de Deus em nossa vida. Santos são, portanto, todos aqueles que vivem o Evangelho e, de forma toda especial, os que já se encontram hoje na casa do Pai. Os santos não ocupam o lugar de Deus, não são inventados pelos homens, não são deuses, mas criaturas de Deus. Só são reconhecidos como santos porque foram amigos íntimos do único Deus que os santificou. Os santos são heróis da fé vivida no amor, fé no único Deus verdadeiro, o Deus revelado em Jesus Cristo. Nenhum católico adora os santos, mas os respeita e venera como amigos de Deus. Este respeito e veneração vêm da fé na ressurreição, pois os que morrem no Senhor estão com Ele. Vem da fé na ''comunhão dos santos'': os santos intercedem por nós diante de Deus. A Bíblia nos mostra que Deus opera milagres pela intercessão dos santos. Um exemplo é a cura do coxo de nascença, operada por São Pedro e São João junto à porta do Templo: ''Não tenho nem ouro nem prata, mas o que tenho isto te dou. Em nome de Jesus Cristo Nazareno levanta-te e anda'' (Atos 3,1-9). E a Bíblia apresenta outros inúmeros exemplos afirmando que ''Deus fazia não poucos prodígios por meio de Paulo'' (Atos 19,11-12). Jesus é nosso único mediador entre Deus e os homens, e Ele disse: ''O Pai dará a vocês tudo o que pedirdes em meu nome'' (João 15,16).

(continua)...

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